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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Seis da tarde

Eram seis da tarde quando o relógio toca, enquanto ao longe o sino de uma igreja parece soar.

Para Victor era o tempo chamando sua atenção, como se ele acena-se para si através das mãos dela... Nunca havia pensado sobre o fato de que tudo na vida é marcado por um determinado tempo, até aquele momento.

Rodeado por dúvidas, desejos e medos uma única imagem surge em sua mente tentando se sobressair. A lembrança do bolo que sua mãe fazia quando era criança e das vezes que por ansiedade e teimosia o comeu cru. Não era bem o sabor que se espera encontrar, mas era o que havia escolhido. Sempre acreditou que o forno demorava demais. Mas a verdade é que para o bolo estar pronto não dependia do ele acreditava ser bom.

A impressão que tinha agora é que novamente haviam acendido o forno. Não sabia ao certo o que sairia dali, mas conhecia bem as mãos de quem estava preparando. Não eram mais as de sua mãe nem as dele. Eram mãos maiores. Mãos que procurava segurar forte nas épocas onde o escuro o amedrontava. Elas pareciam trazer uma mensagem a ele, como se dissessem:

Espera filho, são só seis da tarde.

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