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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Nos meus favoritos!!!

O amor está esperando

No outono sobre o chão,
Entre o trafego e os sons comuns
Eu estou pensando em marcas e fases
Enquanto o vento do norte sopra adiante

Eu vejo como se amantes passasem por mim
Histórias andantes, de quems, comos, e porques
Meditando vagarosamente sobre o amor, pensando em você

Darei tempo, darei espaço
E esperarei por um encantamento,
Quando for hora de andar por esse caminho
Queremos andar direito

Eu estarei esperando por você
Eu estarei me guardando na noite escura
O amor está esperando até estarmos prontos,
Até estar certo.
O amor está esperando

É a minha prudência, não frieza
Não há outra mão que eu preferiria segurar
O clima muda e eu estou cantando sobre você para estranhos

Não retenha o tempo querido, diminua o passo.
Querido, agüente se puder
As apostas estão ficando mais seguras agora
Que você é meu homem

Eu podia escrever mil canções sobre o jeito que você diz meu nome
Eu podia viver uma vida toda com você e depois fazer tudo denovo
E como eu não posso forçar o sol a nascer
Ou apressar o começo do verão
Também não devo apressar meu caminho para seu coração

Brooke Fraser

Acordada

Era um fim de tarde com aquele céu alaranjado como se anunciasse que o tempo estava para mudar. Havia pessoas ao redor, cada uma cuidando de suas coisas, sem rostos todas elas facilmente se misturavam na multidão. Não lembro quem eram apenas que, de longe, me observavam.
E para completar o cenário daquele ambiente havia um rio escuro, barrento... Um rio que eu precisava atravessar com um salto. Pessoas vão à minha frente, enquanto aguardo o meu momento. Eufórica e com medo tento não perder o equilíbrio. Voltar atrás não era uma opção a ser considerado, embora seguir em frente ás vezes pode parecer o mais ousado também é o mais coerente.
Salto e logo me vejo do outro lado, respingada de lama da cabeça aos pés. Não caio nem afundo, embora meus pés tentassem pisar o chão na hora errada, me lanço com força a uma terra firme. Suada e cheia de barro tento reconhecer as pessoas daquele lugar, mas elas estavam distantes demais para que pudesse vê-las. No entanto, alguém se aproxima todo bem vestido e limpo e sem receio de se sujar vem em minha direção. A única coisa que eu sabia é que eu poderia colocar minha cabeça em seu peito e ele me abraçaria forte. Era hora de descansar.
Tiro o sonho da gaveta e o relembro mais uma vez... Acordada, vejo que o céu está bonito, choveu na noite anterior e embora só se enxergue nuvens, o sol não saiu do seu lugar. Nem o rio, ainda resta saltar.
Isso parecia ser o necessário a se ver, porque na realidade só se fica confuso a cerca de que passo tomar quando não conseguimos enxergar o que temos bem diante de nós.
De que o importante em si, não é o tipo de rio que temos a nossa frente, o tipo de desafio que encontramos, mas como o atravessamos. Porque seja lá como for o caminho escondido nele é outro, um caminho que não dá espaço para simples boas idéias, como nadar. Mas um trajeto que pedi mais, que nos lancemos sem medo, com o melhor que podemos.
O que parece agora é que há sonhos que colocamos para dormir enquanto outros são capazes exatamente de nos despertar.

Botinas

Botinas no canto e a certeza de que João chegou. Às vezes não para conversar, não para rir, não para chorar mais, só para se chegar, para quem sabe conseguir descansar. Botinas brutas essas, simples e feias, mas que o levam para longe, que o protegem de si mesmo. Que respondem uma angústia antiga, de que é possível ainda ter esperança.
Mas João não enxerga as botinas que tem, não vê que seus pés não estão mais descalços, não repara que tem alguém que espera elas chegarem dia após dia como se as mesmas lhe pudessem mostrar-lhe o caminho de volta.
O caminho onde ainda conseguia ir até outros, que mesmo não sabendo como brincar, ainda brincava. Que mesmo não sabendo como proteger, ainda protegia. Que mesmo não sabendo o que se passava, olhava.
Na manhã seguinte elas estarão mais uma vez em seus pés e quando chegar não é a poeira delas que vão procurar, mas o homem que as carregam.

sábado, 19 de novembro de 2011

Como um pássaro

Momentos de paz como esse agora me fazem olhar para o céu. É quando lembro que há algo maior do que eu, maior do que penso ou imagino. Ele parece trazer um sinal para mim no bico de um beija-flor.Como se esse gracioso pássaro pudesse dizer que para alcançarmos o que precisamos basta usar o que já temos. Não carregamos bico, é verdade, mas temos mãos habilidosas e dons que às vezes esquecemos.
O beija-flor parece anunciar que há momentos que colhemos coisas das quais não semeamos, de que generosidade é algo que a vida nos oferece.
...Podemos mesmo não ser um beija-flor, mas talvez tenhamos asas para ir mais longe.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Uma menina e sua semente

Momentos especiais precisam ser registrados por isso são 21:00h no relógio da minha amiga ao lado. A hora em que cantamos “Parabéns” para semente dela. Há seis dias carregamos nossas sementes de feijão de um lado a outro, na expectativa de vê-los crescer. Quando criança, isso era simplesmente uma tarefa de casa, o que hoje mais consiste num grande exercício de fé.

Para alguns, isso pode não ser um desafio, mas para aqueles que não conseguiram nem dar água para um pequeno cacto, ser paciente e extremamente perseverante acaba se tornando a maior tarefa.

Havia agora, bem diante de mim, uma menina e sua semente. Ela a chamava de Flor. Mesmo quando antes não se encontrava nada... Até poucas horas não se via broto algum, apenas um algodão cercando seus feijões. Parecia ser um milagre. Sim, foi exatamente essa palavra que a menina usou. E como discordar disso?! Como dizer que, milagres não acontecem mais com tanta frequência?! Se eles estão aí por toda parte... Como duvidar que vale a pena esperar mesmo quando não se vê nada brotando?!

A verdade é que às vezes enxergá-los seja difícil mesmo... Talvez porque tenha chegado à hora de trocar as lentes que usamos para vê-los. Talvez porque seja preciso deixá-las definitivamente...

Aquele grão de feijão parecia gritar a cerca de milagres, como se dirigisse a minha própria semente, que parecia se esconder em meio a terra em que foi lançada. Eu deveria saber que pequenas sementes escondem as maiores árvores. Que cultivá-las é um processo que leva a outros ao descanso, que o importante não é saber como elas acontecerão, mas como faço minha parte.

Ou quem sabe o necessário seja simplesmente crer que o que temos nas mãos é suficiente.

Para quem duvida que milagres ainda acontecem, deixe-me apresentar uma menina e sua semente...

domingo, 13 de novembro de 2011

Matatias

“José, filho de Matatias, Matatias, filho de Amós, Amós, filho de Naum, este filho de Esli, filho de Nagai;” Lucas 3:25

As ruas estavam movimentadas de um lado e um tanto vazias de outro. Não era muito tarde quando chegamos, ainda havia pessoas comprando, esperando ônibus e outras tentando se aquecer. Era uma noite fria ali, um tanto incomum para a cidade. Rio de Janeiro parece não querer dormir, mesmo que na manhã seguinte tenha que despertar antes do sol nascer. Nesse dia, enxerguei Matatias. Não sabia o porquê que ele me chamou atenção, sua presença ali na genealogia de Jesus me intrigava, queria saber sua história, seus sonhos, seus medos, suas conquistas, sua aparência, suas escolhas.

Foi aí que Matatias começou a me perseguir... Não era a primeira vez que me deparava com a descrição da linhagem que veio Jesus, no começo sempre que me via diante de genealogias, pensava em pular para o próximo capítulo. Afinal, genealogias é só o registro de nomes que parecem não acabar, era o que pensava. Mas eu estava enganada, era mais que isso. Todos aqueles nomes ali pareciam ainda ter olhos e querer falar. Todos eles apontavam para duas coisas, que Jesus veio para eles e através deles e que toda a história começou com o Pai e seu Filho... E Matatias estava bem ali, se olhasse para traz veria homens que andou com Deus e homens que Deus levou, veria um simples pastor chamado a ser rei, e um que foi chamado de amigo de Deus, encontraria um sonhador que foi elevado a governador, e profetas que não se calaram diante das injustiças de sua geração. Fui para a rodoviária da cidade com Matatias na mente, pensando qual poderia ser sua história, e como eu não o tinha enxergado antes?! Nessa noite eu tinha uma missão junto a minha equipe levarmos um sopão para moradores de rua no centro da cidade, o que para alguns seria a primeira refeição do dia.

Atravessamos a avenida junto a pessoas que nunca vimos. Pessoas bem vestidas, limpas e com pressa. Ninguém olhou para trás para ver quem era ou para cumprimentar, eram só pessoas cruzando o mesmo caminho.Nenhuma delas pareceu de fato olhar a senhorinha que do outro lado da rua fuçava bolsas de lixo como que procurando algo de muito valor. A princípio nem mesmo eu a vi...Ela trazia nas duas mãos várias sacolas de mercado, de longe quem a olhasse poderia até pensar que tinha acabado de fazer compras. Ali estava tudo o que possuía: algumas roupas, uma pequena panela e uma colher. Enquanto ela guardava a comida que lhe entregamos, garantindo assim que teria comida amanhã, perguntei se poderia abraçá-la. Queria abraçá-la forte, era uma velhinha muito agradável, de cabelos bem brancos e olhos escuros que pareciam sorrir junto com os lábios. Não tinha nenhum dente na boca, mas o seu sorriso era fantástico, aquele que convida a gente pra sorrir também. Seu nome era Marta, não tinha família, havia sido deixada num trem quando tinha oito anos e sua história foi construída na rua. Mas ela não parecia triste ou amargurada, trazia uma amabilidade que constrangia. Depois de nos despedirmos de Marta, encontramos um rapaz novo um tanto perdido e confuso. Tinha acabado de brigar com o irmão que vivia também na rua. Os dois haviam fugido de casa, a rua parecia ser um lar melhor para eles ainda que com dificuldades. Ainda que tivesse conhecido pessoas e entrado em “negócios” que o levaram a parar no hospital.

Seu nome? Sua história?! Ele me fazia lembrar Matatias assim como Marta o fez. Alguém que ninguém sabia quem era, mas que Deus desejou incluir em Sua família. Alguém que talvez não tenha realizado nenhum grande feito, mas que estava ali na genealogia do próprio Cristo. Assim como Matatias esperava a vinda do próprio Messias, ali estavam os dois à espera Dele. A única imagem que eles tinham era de um Cristo, num morro, de braços abertos que não se movia para eles.

Isso me fez pensar quantas pessoas não sabem quem são, de onde vieram, quantas pessoas estamos deixando passar de modo invisível para nós. Quantas pessoas não abraçamos ou viramos as costas porque não são aquilo que esperamos, porque não podem oferecer aquilo que achamos precisar. Matatias me mostrou um amor que vê, Deus o viu e ele estava ali numa linhagem de grandes homens e mulheres, não perfeitos mas cheios de fé e perto de Deus. Naquela noite Davi se reconciliou com Cristo, esse era o nome do rapaz que falamos. Havíamos assim encontrado Matatias, alguém que Deus viu quando poucos conseguiam vê-lo. – Por Angel Blumer

Desafio de hoje:Sinta-se encorajado a promover pessoas, a tirá-las do anonimato, a amar sem condições ou pré-conceitos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fitas na estrada

Fitas na estrada

Amanheceu, embora ainda havia em mim resquícios da noite anterior. Tudo o que sabia até aquele momento é que eu deveria estar ali... Aprendendo que não é preciso mais andar sozinha, que podemos sim confiar no outro sem medo do que irão pensar ou do que pode nos acontecer. Por isso, nos reunimos em equipe à espera daquele que nos guiaria na trilha.

Ele se aproxima para nos mostrar por onde começaríamos. Não era nenhum estranho para nós, Seu rosto era familiar, conhecíamos já a sua voz, embora ainda estamos aprendendo a conhecer o Seu andar.

Naquele momento, eu seria aquela que iria liderar o grupo. Não sei por que, mas senti um pouco de medo. Medo de algum momento falhar. O que logo passou quando vi a primeira fita laranja marcando o início do caminho. Durante todo o percurso haveria muitas delas sinalizando por onde deveríamos seguir. E o que encontramos?!

O balanço das árvores, os caminhos estreitos, a poeira nos calçados, as pedras grandes que havia, como se uma grande e forte mão tivesse posto elas ali e a surpresa do que poderia ter depois... É exatamente por esses detalhes que a aventura alcança voz. E não apenas isso como ela parece ter gosto, parece acenar pra mim me desafiando.

Desde pequena, quando viajava com minha família, eles sempre queriam chegar logo ao “destino final”, mas eu não me importava se ficasse um tempo a mais dentro do carro ou se eu tivesse que caminhar um pouco mais, o trajeto sempre me pareceu mais atraente, mais belo do que a própria chegada. Enquanto sentada, no banco do automóvel, eu poderia ficar por horas olhando a paisagem, observando as pessoas lá fora, tentando imaginar o que teria por trás daquelas montanhas. Dormir em uma viagem não era algo que gostava de fazer, não porque não me cansasse mas porque temia perder alguma grande beleza nas estradas que iríamos atravessar. O incrível mesmo é viver cada passo sem queimar etapas... Chegar e alcançar o que se espera é importante sim, mas não faz sentido se não tiver descoberto os tesouros que o caminho nos guarda.

Eu podia ouvi-lo... Era Ele me chamando para trilhar ao seu lado um caminho maior do que os meus. Continuamos a seguir as fitas, até que saímos da mata e fomos para a estrada. O que não esperávamos era chegar a um ponto onde simplesmente as fitas desapareceram. Em todo o caminho o nosso guia estava ali, parando sempre na última fita enquanto tentávamos encontrar a próxima. Nos dividimos enquanto cada um foi para uma direção, na tentativa de saber para onde deveríamos ir. Há momentos que não sabemos o que fazer ou que caminho seguir, e aí surgem as dúvidas, o medo, que não só fazem a gente se perder mais ainda nos distancia de pessoas que se encontram ao nosso redor. Diante disso, o guia falou algo sobre voltar à última fita. Refiz o caminho até a ultima pista na esperança de encontrar a próxima, talvez apenas perdemos ela de vista. Isso não parecia apenas um conselho, no fundo essa era a resposta, a confirmação que eu esperava. Talvez seja preciso mesmo voltar à última palavra quando parecer que não há mais pistas do que fazer. A última fita parecia falar: “Ei, Angel lembra qual foi à última direção que te dei? Você está pronta para o que vem depois? Se está, então não negligencie as primeiras.”

Agora, tudo o que podíamos fazer era seguir o guia, ele não nos falou onde estava a próxima fita, mas Ele nos levou até ela. Isso parecia desenhar pra mim trechos em nossa vida em que parece que Deus está em silêncio, e a grande razão para isso não é por Ele não tem palavras a nos dizer, mas é sinal de que é hora de seguir seus passos.------Segui-lo nos levou as fitas na estrada. Ele retorna para trás da equipe e novamente um de nós vai à frente seguindo um caminho que já foi aberto.

Ter fitas marcando a trilha era algo muito bom, mas aquela altura eu queria tanto uma cachoeira... Eu perguntei a Ele se em algum momento encontraríamos uma, o que recebi não foi um sim nem não. Essas duas respostas nunca pareceram completas para Ele... O que você faria se encontrasse uma cachoeira? E se encontrasse duas?! !- Disse o guia.

Ah, se eu encontrasse uma eu ficaria feliz, se duas muito mais feliz! Um sorriso não parecia o bastante para Ele naquele momento... E se você encontrasse três cachoeiras, Angel? Ual! Seria incrível, mas não era provável. Três?!! Não mesmo. Eu ri um pouco e sem pensar muito acabei dizendo que eu seria capaz até de dançar e cantar. Seguir as fitas nos trouxe não só a uma como as três que eu não acreditava ser possível. Atravessamos um tronco que servia como uma ponte na última cachoeira, e lá estava eu dançando meio desajeitada na frente de todos, cantando com uma voz que assustava qualquer passarinho que passasse.

Vivemos cada parte da trilha, cada passo que demos... E quando chegamos ao acampamento às fitas na estrada pareciam gritar mais alto pra mim. No fato de que muitas vezes nos perdemos por querermos saber tudo o que nos acontecerá a seguir, a verdade é que ver e viver cada passo de cada vez não só nos protege da ansiedade como também guarda surpresas Nele. A caminhada pode ser longa e o caminho estreito, mas Ele sabe nos conduzir a águas de descanso. Ainda não sei o que me espera depois, tudo que sei é que nunca mais precisarei estar perdida ou com medo porque ainda há fitas na estrada pra mim.

A diferença agora é que lá está Ele esperando para dançarmos juntos.

Seis da tarde

Eram seis da tarde quando o relógio toca, enquanto ao longe o sino de uma igreja parece soar.

Para Victor era o tempo chamando sua atenção, como se ele acena-se para si através das mãos dela... Nunca havia pensado sobre o fato de que tudo na vida é marcado por um determinado tempo, até aquele momento.

Rodeado por dúvidas, desejos e medos uma única imagem surge em sua mente tentando se sobressair. A lembrança do bolo que sua mãe fazia quando era criança e das vezes que por ansiedade e teimosia o comeu cru. Não era bem o sabor que se espera encontrar, mas era o que havia escolhido. Sempre acreditou que o forno demorava demais. Mas a verdade é que para o bolo estar pronto não dependia do ele acreditava ser bom.

A impressão que tinha agora é que novamente haviam acendido o forno. Não sabia ao certo o que sairia dali, mas conhecia bem as mãos de quem estava preparando. Não eram mais as de sua mãe nem as dele. Eram mãos maiores. Mãos que procurava segurar forte nas épocas onde o escuro o amedrontava. Elas pareciam trazer uma mensagem a ele, como se dissessem:

Espera filho, são só seis da tarde.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Uma chamada para realidade

Não sei até que ponto crescer lendo e acreditar em contos de fadas foi bom. No começo, me deu uma visão muito romântica e idealista das coisas. No fim, não eram mais príncipes e princesas eram ambos só ogros. Alguns mais bem vestidos, cheirosos e cultos que outros. Não era preciso se unir a algum deles para saber, bastava enxergar, que eles estavam por aí pelas ruas.
Mas tudo me levou a duas idéias: no tipo de pessoa que eu gostaria de ser e com alguma convicção maior pra se viver.
...Só espero um dia poder chegar a encontrá-lo novamente. Ser digna disso, daquele que possui coração de rei, coração de quem sabe esperar e que não se sente intimidado com as batalhas. Serei sua rainha? Se não, ao menos você me lembrou que eu era.
Eu irei esperá-lo, não nalguma torre e tampouco prisioneira da corrupção. Estarei ali na descida para o jardim, guardando os frutos novos e velhos para o dia que os darei.
Diante de tudo isso, só posso concluir uma coisa. No fato de que há pessoas que sabem despertar nosso lado ogro, sanguinário e competitivo de ser e sem dúvida alguma há aquelas que despertam a realeza, a coragem, a integridade.
No fim de tudo, a melhor e mais bela história não é aquela que se encontra nos livros mas, é aquela que está sendo realmente vivida agora.

Uma voz

"As horas avançam e ainda não escuto os pássaros cantando. Também não irei acordá-los.
Enquanto dormem, tento traduzir uma canção que já cantaram. Algo sobre deixar a noite que passou e receber o sol. Algo sobre celebrar a vida que recomeçou. Que por mais que tenha sido tão escura a noite anterior isso não os impede de cantar pela manhã.Se as suas músicas são de angústia ou de alegria nem todas ouso dizer. Mas estão ali sempre cantando.
Talvez tenhamos que aprender com eles a não perder a voz quando parece que nos perdemos."

Sem furacões

Certa vez, um poeta escreveu a cerca de uma poesia que teimava em não sair. Não sou bem uma poetisa mas o sentimento aqui parece ser o mesmo. Como se mil palavras quisessem explodir, como se toros invadissem de repente uma cidade. São tantos pensamentos e cada um querendo se sobrepor ao outro. Pensamentos arrastados por furacões.
A amizade, a paixão, a curiosidade, a loucura, o medo entre outros vícios, são nomes de grandes furacões. Ao surgirem com toda a sua força, simplesmente acabam por levar tudo pela frente e se não os percebemos a tempo, até mesmo nós. E quanto mais coisas tomam, maior é a proporção que chega a ganhar.
Eles, os furacões, só são formados devido a velocidade exorbitante que o vento chega a alcançar. Isso me faz crer que tudo na vida tem o seu ritmo e não é preciso acelerar as coisas.
O melhor é sem furacões mesmo!O melhor é desfrutar da brisa que passeia enquanto se anda na praia, do vento que surge num dia de calor e até mesmo do vento que parece cantar nas janelas.
Agora, só se está sol e não é tarde para ir ao campo. Não é preciso furacões para enxergar o que temos ou o que podemos perder.
Só precisamos de vento para ajeitar os cabelos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Pra quem sabe escolher...

Liberdade tem cheiro de terra, tem cheiro de novo ...tem gosto também. Para mim tem sabor de pollo al disco, factura, caçuela...tem vontade de dar beliscão e de atravessar o rio...
Talvez o que nos tenha faltado em todo esse tempo não seja o encontrar a "liberdade", mas desfrutar daquilo que se tem. Porque na grande maioria das vezes, erramos porque não sabemos o que temos.
Uns são presos e não sabem que são. Outros são livres e pensam ser presos.
Uns têm muito e pensam não ter nada e outros não têm realmente nada mas são ricos. Parece que todo esse tempo olhamos para a liberdade de forma errada...como uma oportunidade distinta para ser ou fazer aquilo que sempre desejamos. Esse é o nosso maior erro, acreditar que devemos esperar uma oportunidade. Nós devemos sim, criar quando não houver nenhuma chance, caminho ou resposta.
Liberdade tem rosto de criação. Esse é o seu maior desafio...quando tudo estiver escuro, crie uma lâmpada! Quando quiser falar e ter medo, crie um modo de tocá-los com ou sem palavras. Quando tudo parecer um tédio, crie a maior aventura. Quando tudo parecer um filme repetido...pare e crie novas cenas, um novo final. Ninguém consegue esconder uma criação...ninguém pode mentir sobre o que foi nos dado, a não ser se não soubermos o que recebemos.
E a verdade, é que alguém nos deu e garantiu o nosso poder de escolha. E é ela que nos faz livres ou escravos. Nos permiti criar ou só reproduzir o que outros estam fazendo. Porque liberdade é pra quem sabe escolher... pra quem escolheu viver.

Saudade...

Ela havia acabado de ir, estava voltando para o seu lugar...Mas por que o seu lugar não poderia ser aqui? Porque pessoas vem e vão?! Isso parece não estar certo...parece não fazer sentido.
Agora ele estava sentado no seu quarto silencioso, olhando para janela, como se estivesse esperando ter ali alguma visão...
A distância não é má quando se está acostumado a conviver com ela. Nem a solidão tão triste depois que se aprende a fazer dela sua melhor parceira.
O problema está quando se conhece alguém, quando se está perto, quando se deixa ser tocado e as coisas parecem mudar dentro de si. E quando se vai...sente falta, como se realmente algo sempre estivesse faltando em todo esse tempo.
A única visão que ele teve naquela tarde foi a imagem de um lugar que antes havia sido um jardim...Agora só se via um chão cimentado, já endurecido pelo tempo. Parecia ser o retrato dele também, uma terra com saudade do jardim. Com saudade de sentir a grama, de admirar aquela rosa.

Um sopro forte...

"Os sonhos nos empurram pra longe
como um vento forte soprando
sob as velas de um barco.
Talvez por isso sejam tão valiosos...
que algumas pessoas ficam até com medo
outras ficam tão intimidadas que enterram não só os sonhos mas pessoas junto."

Sinal

Tudo parece calmo e quieto não importa os ruídos ao redor ou as notícias do dia anterior. Estranhamente, elas agora não parecem me requerer nada... Talvez porque uma chuva fininha caia lá fora. Uma chuva capaz de me regar aqui dentro. Será um sinal? Será esperança vindo sobre uma terra seca e árida?
Ainda não sei o porquê, mas ao olhar para ela vejo recomeço. Me faz pensar na chuva que estiou, na tempestade que se acalmou. Me faz sentir encorajada para abrir a porta e dançar ou mesmo ficar ali fora, deixando as gotas de água me tocarem.
Eu estaria exposta assim a um resfriado?! Bom, pode até ser... mas porque chove fininho, vou arriscar. E correr o risco de me expor e recomeçar. Até o ponto de se correr o risco de ficar enxarcada pelo o que se acredita.