Minha lista de blogs

domingo, 13 de abril de 2014

Atravesse, Filho!



“E disse aos filhos de Israel: Quando, no futuro perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam essas pedras? Fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco este Jordão.” – Josué 4:21, 22.


Era um fim de tarde, quando desci para biblioteca do Sesc de Caldas Novas, eu precisava Ouvi-lo, precisava ler o Seu livro. Algumas coisas estavam ardendo no meu coração, mas não sabia para onde elas me levariam, nem ao certo o que seria. Quando, de repente entra um pai com seus dois filhos ali... O menino logo correu para as prateleiras para ver o tinha de interessante, para sua alegria encontrou algo que parecia ser uma enciclopédia, acenou para o pai mostrando se podia escolher aquele para ler e a resposta dele para o filho foi um sorriso. Era o sim daquele pai. Sua filhinha menor também queria ter algum livro em mãos, como ela não sabia ler nem tão pouco qual escolher, o pai tirou um pequeno livro da estante e sentando numa poltrona ao lado da filha, pois se a contar o que diziam as imagens daquela história.
Naquele momento, não era só eu que estava entretida com o cuidado e carinho daquele pai, havia uma menina do outro lado da sala que estava esperando a mãe acabar o trabalho. Diferente de mim, ela não se agüentou e foi bem de mansinho ficar ao lado daquele homem. Assim também é o nosso relacionamento com Deus, quanto mais próximos estamos Dele, mais outras pessoas se sentem atraídas a se achegarem mais perto. Era como se eu pudesse ouvir através daquela cena: “Olhe o que tem nas prateleiras pra você, filha! Deixa eu te contar uma história também, quando Israel passou a seco o Jordão.”
Ele não estava dizendo ao povo judeu- “Ei, atravesse a rua, filho!” ou “Hora de atravessar a ponte. Não!!! É mais ou menos assim:  Agora que você já atravessou o deserto, atravesse o rio filho! Mas espere, não é a nado nem com o seu barquinho...atravesse a pé e observe!”
...Quando se trata de atravessar com Ele, é passar por onde não há caminho aparentemente.  Devia ser por isso que Josué ouvia tanto sobre ser corajoso! Afinal, não se limitar pelo o que vemos é um ato de coragem também, é como reescrever a realidade pela fé. Isso parece afetar todos nós, porque a verdade é que a nossa tendência é sempre nos acomodarmos. E o mais incrível disso é que conseguimos nos acomodar não só com o que é confortável, mas também com os problemas, com as doenças, com as limitações. Algumas pessoas poderiam chamar isso de adaptação ou superação, mas no fundo nós sabemos que sempre receamos atravessar...
Travessia faz parte de caminhar com Deus. Atravessar o mar vermelho, passar pelo deserto, atravessar o rio a seco faz parte de quem está construindo uma história com Deus, quem está conquistando uma herança.
Israel tinha passado por momentos difíceis e momentos bons, mas eles ainda não haviam alcançado a promessa. Era necessário voltar à palavra inicial quantas vezes fosse preciso... 40 anos no deserto poderia fazer com que qualquer um se acostumasse. Havia coluna de fogo à noite para aquecê-los, nuvem de dia, codornizes, água da rocha, os murmuradores haviam morrido e ainda caía pão do céu! Muitos dos que restaram não conheciam ou não lembravam direito da onde haviam sido livrados, muitos nasceram ali mesmo. E é quando nos acostumamos com o deserto que precisamos nos lembrar que não paramos de atravessar. É preciso ainda seguir e acreditar.  
Fecho os olhos e fico tentando imaginar o rosto daquele povo ouvindo Josué falando sobre isso, alguns deviam ter os olhos cheios de lágrimas enquanto retomavam o sonho antigo e outros um novo sorriso como quem descobre que pode ir mais longe. Penso que é isso que Ele espera de nós, que não paremos de sonhar, que o enxerguemos tal como Ele é... Grande!!!
Tal qual aquele homem do início que explicava para a filha uma história antiga na expectativa não só de entretê-la, assim o nosso Pai ainda o faz. Na expectativa de que possamos fazer história com Ele.
Para alguns atravessar pode significar virar a página, pular a linha ou começar um novo capítulo... No fim, o que importa mesmo é escrever sob as mãos Dele. Porque o que nós sabemos agora é que quando elas se movem o rio abre e os pés passam a seco.



sábado, 18 de maio de 2013

Persistente


Imagine seu coração batendo mais forte com a certeza de que Ele está mais próximo do que nunca, você não o vê ainda, mas tem a sensação de que Ele aparecerá a qualquer momento. Pois é exatamente isso o que acontece, Ele vem e a primeira coisa que você ouve não é uma mensagem a ser entregue a respeito de outros, mas de si próprio. Como profeta agora, não bastava apenas trazer uma profecia de Deus, mas SER a própria profecia Dele. Como se através do exemplo de vida de Oséias, Ele nos dissesse: Se una comigo e sejamos uma única mensagem, amor. É preciso ter muita coragem pra renunciar sonhos, orgulho, reputação, direitos e até mesmo expectativas para se Ser esse tipo de verdade, de amor incondicional.


Lendo o livro de Oséias fiquei chocada, tudo em mim balançou. O coração Dele estava a amostra. E eu não sabia ainda nem a metade Dele, de como Ele nos ama, precisava me aproximar mais de Oséias, “colar nele” para enxergá-Lo um pouco mais. Ele se apresenta como Marido (2:16) por meio do profeta, que ama e se casa com Gomer, uma prostituta que insiste em sempre retornar aos seus amantes. Mas talvez o mais impressionante e terrível não é o fato de que ela tenta dividir o seu coração entre tantas coisas e “ídolos”, mas o fato de que quando olhamos para Oséias, vemos um homem comprometido por inteiro e por isso a ama. Porque Ele, o próprio Deus continua amando.

Ele diz: “Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas.” Se é preciso Ele cria situações ou mesmo as permite para que não erremos nem nada possa nos machucar. É Ele quem também fala que irá nos atrair e nos levar para o deserto, para nos falar ao coração. (2:14) No entanto, insistimos negar ou a fugir de nossas dores, dos nossos desertos, das nossas privações. Embora, seja no deserto, em terra muito seca que somos conhecidos. (13:5)

Se Deus não desiste da idéia de amar, Oséias tampouco parece querer desistir. Ele é quem dava a Gomer as coisas que ela precisava e a enchia de mimos como um homem simplesmente apaixonado. Mas sua esposa não consegue enxergar de quem vinha tudo o que ela tinha, qual era a mão por trás de cada surpresa, de cada alegria. E é nisso que somos as vezes parecidos, em não notar que a generosidade e as benções que nos cercam vem Dele. E assim por não percebermos damos a outro, aquilo que só a Ele pertence. Ele teria todas as razões possíveis para não nos amar, mas sua resposta para Oséias sobre Gomer e sobre nós é: “ Naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará: Meu Marido...” v.16

Fico pensando porque Deus se revelaria como marido, e ao mesmo tempo em que penso sobre isso, é tão nítido o que escuto agora...”Porque a amo e a aliança que quero ter com você é íntima e eterna.Porque quero andar contigo pelas ruas e que todos saibam que somos um.” Não sei você mas eu consigo não parar e não perguntar que amor é esse? Onde parece que a maior verdade que há é que não importa o que se faça para tentar aumentar ou diminuir seu amor por nós. Ele já nos ama e ponto.

Em outra parte do livro de Oséias, Ele ainda nos fala: “Curarei sua infidelidade, e eu de mim mesmo os amarei...” 14:4 Por isso o que vemos é um amor que não está condicionado aquilo que se pode encontrar em nós ou ao que possamos fazer. Ele nos ama porque isso é quem Ele é. Nos depararmos com essa verdade é um convite a nossa própria essência Nele. E a sobretudo a deixarmos de vez, de nos impressionarmos com os males que surgem, a desistirmos de nos impressionar com nossos medos, com as pessoas que nos decepcionam, com as situações inesperadas. Mas a nos permitirmos ficar perplexos diante de um amor que não falha e que nos caça não importando quanto tempo leve. Que tipo de amor é esse?

Um amor daqueles persistentes.




Traços



Algumas vezes é preciso se deparar com uma pilha de papeis e sentar pra resolver o que está pendente. Algumas vezes acumulamos coisas que precisam ou ser jogada fora ou serem redirecionadas. Tarefas assim podem ser apenas exercícios mecânicos se passamos por elas rapidamente. Mas gostei disso, porque encontrei ali uma surpresa boa que alegrou minha tarde. Revisando as respostas de cada questionário que não havia sido assinado o nome, percebi que havia entre eles um que eu conhecia bem a letra. A princípio não conseguia identificar quem poderia ter escrito, mas aqueles traços... Eram traços de alguém que estivera bem perto de mim...
Li e reli mais uma vez as respostas, e era então como se eu pudesse ouvi-lo e imaginar as expressões do seu rosto ao pensar em cada uma daquelas palavras. Era você ali, me fazendo sorrir frente a uma resposta que foi arquivada há tempos. Isso me levou a pensar em Deus e a ouvi-lo também... É Ele faz isso, sabe como chamar nossa atenção quando não conseguimos enxergar com muita clareza. Mas por fim entendi.
Entendi não porque estava sentindo algo diferente ou frente a algum acontecimento muito extraordinário, entendi porque eu me dispus a reconhecer os Seus traços. Não que possamos ver o quadro todo da nossa própria vida ao fazermos isso, mas podemos perceber que há traços de alguém que nos ama por toda parte, mesmo quando Ele parece tão longe. Há respostas Dele ditas há muito tempo que mostra para onde Ele está olhando agora.
E é engraçado como há tantos traços simples e invisíveis por toda a parte...
Como quando lava os sapatos antes de entrar em casa, a maneira de escolher uma roupa provando todas, o trocar de sandálias dentro do carro, o relatório detalhado de cada acontecimento no fim do dia, os olhos que só sabe piscar aceleradamente quando não se quer chorar, o jeito escandaloso de falar que está de volta, a lembrança repetida do passado, a maneira como prefere comer em uma vasilha a um prato, o jeito de dizer que sente saudades... E talvez essas coisas pra qualquer um que ouça possa não fazer sentido, mas não pra quem anda junto. E na maioria das vezes é preciso chegar mais perto pra se perceber que traços não são apenas características de um retrato, são mensagens sem palavras.

Formando Tempestades



A primavera já chegou, mas a impressão que tenho é que às vezes insisto em trazer de volta o inverno, talvez porque ainda preciso aprender a lidar quando o tempo muda e o frio vem. E aí que encontro suas mãos. Elas sempre estão mais quentes que as minhas, me lembrando que caminho, mas não preciso caminhar só.
Eu poderia descrevê-lo de olhos fechados, como detalhes de seu rosto, o modo como caminha, a maneira como seu tom de voz muda quando reflete sobre algo, o hábito de dobrar cuidadosamente os guardanapos enquanto come, o jeito que dança quando cozinha e não tem ninguém aparentemente olhando. Sei que isso é aproximação.
Mas quando penso na maneira como você me encontrou, cercada de dúvidas e receios, e ainda assim insistindo em chegar perto, em sentar ao lado... Isso deve então ser intimidade. (Quando alguém nos vê na nossa melhor e pior forma e ainda assim permanece.)
O que me leva a pensar no que certa vez ouvi: “Que intimidade é fruto de conflitos resolvidos”. Acredito que é isso que está acontecendo agora, estamos ganhando a nossa intimidade. Embora seja tão mais fácil enxergar e enumerar os conflitos, estou relembrando O QUE e COMO formam as tempestades.
Minha professora dizia que é o encontro de duas grandes massas de ar diferentes que quando se chocam num ambiente carregado de partículas contrárias, se precipitam na forma de vento, chuvas e às vezes trovões. E quanto maior é essas massas de ar diferente, maior a tempestade. E quando olhamos para algumas pessoas podemos perceber que é exatamente esse o mesmo quadro.  Parece que seu destino é trazer chuva, mudar as coisas de lugar e abalar o nosso mundo.
Tempestades assim nos fazem repensar o que realmente é importante pra nós, quais são as nossas verdadeiras prioridades.
E no fim a gente descobre que quando duas pessoas muito diferentes se encontram, quer dizer impacto. Porque é isso que tempestades fazem. Geram impacto no tempo, no ambiente, e em pessoas. Mudam a gente, traz nossos medos e expectativas pra fora e nos despertam uma vontade louca de continuar vivendo... 

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Caminhos Escondidos




“ Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas , pelas grandes águas; e não se descobrem os seus vestígios.”- Salmos 77:19


Carta à um marujo na praia.

Escrevo hoje para você, caro marujo, para que não se deixe intimidar pelo mar e por suas ondas bravas. Escrevo porque atravessei a seco. Porque umas mãos maiores do que as minhas conteram as águas de uma forma que houve estrada para se passar.
Por isso não duvide que há um caminho escondido, encoberto por todo esse mar. Pois há...Sepultura para aqueles que mantem um coração endurecido e um caminho rumo a liberdade para aqueles que não se agarram na sua própria força, mas se seguram Nele.
Escrevo para eu mesmo, para que um dia não chegue a me considerar um marujo velho e experiente demais para querer andar sozinho. Quero agora e quero sempre a fé de menino, que sente frio na barriga ainda, mas confia que o Pai sabe o caminho.
O que tudo isso me leva a pensar é que o fato de nos depararmos com um grande mar  em nossa frente, em alguns momentos da nossa vida, não quer dizer que algo de muito errado está acontecendo. Passar por ele faz parte de quem somos e para que fomos chamados. Atravessá-lo resulta em conhecermos de perto a quem realmente servimos. O que sabemos é que retroceder pode até parecer ser o mais lógico, embora não mais aliviador. No entanto para descobri-Lo, vale a pena manter uma fé viva.
 Talvez, tudo o que precisamos agora seja crer e persistir em crer. Em situações improváveis, fé sempre abriu caminhos.
Logo, não são com as lutas e dificuldades em si que precisamos nos focar, mas sim, em descobrir os caminhos escondidos Dele... Porque no fim são eles que nos levam a lugares onde jamais nosso pequeno alcance poderia tocar.

domingo, 28 de abril de 2013

Conecte-se


Na atual era em que nos encontramos, a globalização não tem só aproximado fronteiras e tornado os meios de comunicação mais eficázes nelas. Mas também tem despejado de forma excessiva e super valorizado a informatização. Traçando um novo perfil do cidadão: educado, preparado, e é claro sempre atualizado.Onde aquele que detém a maior quantidade de informações sobre uma variedade de assuntos é alguém apto para entrar na corrida por alguma bolsa de estudo ou para marcar presença no mercado de trabalho.
 O resultado disso é  o comportamento de reforçar em nós mesmos um perfil de cidadão diferente ao idealizado. De pessoas que ainda vivem a margem de uma real qualidade de vida. O  interessante em pensar nisso, é perceber que é fato de que não existe vida verdadeiramente saudável fora de um contexto de uma sociedade saudável e que isso se torna possível com políticas públicas adequadas que seja fruto de uma conquista popular.
A questão é que, em meio a tudo isso informação e conhecimento tornaram-se sinônimos.
E Talvez, o nosso desafio como leitor, como indivíduo seja de não apenas nos contentarmos com  as informações recebidas, mas antes em assumirmos diante delas o nosso papel. De  conectarmos nossa vocação não apenas com nossas necessidades, mas de forma muito intencional nos conectarmos com o meio em que estamos inseridos. E é aqui que encontramos a diferença entre informação e conhecimento, quando somos capazes de responder: “O que faço com o que sei?”
Aí então, idéias saem do papel. Transcedem as provas de inúmeros concursos públicos, saem do Google e dos livros e ganham forma. Forma de realidade.
E se transformam em conhecimento.
É nisso que somos chamados, não  apenas para funcionarmos bem, mas para estarmos conectados com o TODO. Um todo que enxerga o homem de maneira integral e que contém, todo meio ambiente, todas as famílias, todas as áreas da sociedade, todos os tipos de recursos, todas as nações, todas as etnias.
E embora, sejamos organizados em sociedades, não temos muito as características de uma sociedade grupal, que valoriza o coletivo e tem de uma forma mais clara o entendimento de que tanto pessoas como coisas se ligam. Somos, no entanto, com a ajuda do nosso desenvolvimento acelerado, uma sociedade que valoriza o indivíduo e suas decisões, atividades e conquistas individuais para o próprio benefício.
Todavia, é importante esclarecermos que visualizar o todo não quer dizer que, fazemos todas as coisas. Nós só não negligenciamos a nossa parte, como participante de uma sociedade. E é exatamente essa parte que nos liga a todas as coisas.
Porque podemos produzir bem em nossas tarefas, atender muitas pessoas com nossos estudos, medicar aquelas que estão doentes, palestrar sobre novos movimentos sociais,  manter em equilíbrio nossa situação financeira, mas não se trata do que estamos fazendo, mas o que fazemos com o que somos. Conecte-se!
Sinta-se desafiado a aumentar a sua rede por um Brasil mais sustentável.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Votos meus

Ele pegou sua caixinha de madeira, a única lembrança palpável que se avô lhe deixou antes de atravessar o Atlântico. Seu avô sempre foi um curioso nato e naquele tempo, lá estava indo rumo a mais uma expedição. Em sua última viagem, trouxe-lhe uns homenzinhos de chumbo que carregava armas nas mãos, um livro escrito em um idioma que não conhecia, um carrinho de madeira todo rabiscado e uma carta. Sobre esse último, a primeira vez que abriu para ler, não entendeu nada. Só confirmou que talvez nunca entenderia seu avô, um homem de presentes estranhos.
Agora, anos mais tarde, ele abre outra vez a caixinha de madeira e relê a carta. Na primeira linha havia escrito: Te desejo alguém... (Pensando bem agora, esse é um bom presente para se querer para uma pessoa, por certo deveria ser isso que seu avô queria dizer) No restante da página escrita por uma letra cuidadosamente desenhada a seguinte mensagem.
"Alguém pra te fazer sorrir
Pra lhe roubar o chão
Enquanto aponta o caminho para o céu
Alguém para segurar sua mão
Quando sentir medo
E que saiba pintar na sua imaginação um lugar
Onde você se sinta livre
Alguém que olhe pra você
E o veja por dentro e por inteiro
E que o ame sem explicação
Que te dê presentes sem ser aniversário
Alguém que escreva bilhetes no guardanapo
Só para dizer que se lembrou de você naquele momento
Alguém para te encontrar quando quiser se esconder
E para voltar quando estiver sozinha
Alguém para não se importar com o silêncio
E para reinventar o momento
Alguém que saiba lutar
E que não tenha receio de ousar
Alguém que saiba persistir
Quando tudo der errado
E quando você nem acreditar mais
Alguém que o leve estar mais perto de Deus
Só de se estar perto.”
Pronto.Deveria ser assim. Ele encontraria alguém que seria tudo isso que seu avô descreveu. No entanto, ele estava determinado a escrever uma história direito. Por isso faz se necessário dizer que a introdução antes da carta era só ele brincando com as palavras, Vô nunca atravessou o Atlântico, nunca foi em nenhuma expedição, e as coisas que escreveu era na grande maioria sobre um novo partido político, os dos aposentados. Deu sim presentes bons e presentes estranhos.
Agora uma coisa é certa, Vô soube nos deixar algo precioso, ensinou que se fechássemos os olhos poderíamos atravessar não só oceanos, mas galáxias inteiras. Parece loucura, não é?! Eu sei. No entanto, ensinou que não haveria limites para nossa imaginação, para aquilo que estamos determinados a nos tornar. E a carta escrita por seu neto, não eram seus desejos sobre uma segunda pessoa. Eram os seus votos.
Votos que são feitos quando descobre que o amor está batendo a porta. Por isso o título de seu rabisco deveria ser mudado, embora quase sempre aconteça de confundirmos quem deveríamos ser com quem esperamos encontrar. Ele estava determinado a ser um sonho bom para o outro, uma realidade carinhosa para aqueles que amamos. Assim no lugar de “Te desejo alguém”, rabiscou em cima: “Votos de alguém que quer ser pra você...”
...Alguém que saiba te fazer escrever uma nova história
Quando todas as suas inspirações forem embora,
Quando não tiver nem caneta, nem papel,
Só a oportunidade do momento,
Quando você se lembrar apenas parte de um sonho,
Alguém que estará contigo para sonhar junto durante todos os dias.