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sábado, 18 de maio de 2013

Formando Tempestades



A primavera já chegou, mas a impressão que tenho é que às vezes insisto em trazer de volta o inverno, talvez porque ainda preciso aprender a lidar quando o tempo muda e o frio vem. E aí que encontro suas mãos. Elas sempre estão mais quentes que as minhas, me lembrando que caminho, mas não preciso caminhar só.
Eu poderia descrevê-lo de olhos fechados, como detalhes de seu rosto, o modo como caminha, a maneira como seu tom de voz muda quando reflete sobre algo, o hábito de dobrar cuidadosamente os guardanapos enquanto come, o jeito que dança quando cozinha e não tem ninguém aparentemente olhando. Sei que isso é aproximação.
Mas quando penso na maneira como você me encontrou, cercada de dúvidas e receios, e ainda assim insistindo em chegar perto, em sentar ao lado... Isso deve então ser intimidade. (Quando alguém nos vê na nossa melhor e pior forma e ainda assim permanece.)
O que me leva a pensar no que certa vez ouvi: “Que intimidade é fruto de conflitos resolvidos”. Acredito que é isso que está acontecendo agora, estamos ganhando a nossa intimidade. Embora seja tão mais fácil enxergar e enumerar os conflitos, estou relembrando O QUE e COMO formam as tempestades.
Minha professora dizia que é o encontro de duas grandes massas de ar diferentes que quando se chocam num ambiente carregado de partículas contrárias, se precipitam na forma de vento, chuvas e às vezes trovões. E quanto maior é essas massas de ar diferente, maior a tempestade. E quando olhamos para algumas pessoas podemos perceber que é exatamente esse o mesmo quadro.  Parece que seu destino é trazer chuva, mudar as coisas de lugar e abalar o nosso mundo.
Tempestades assim nos fazem repensar o que realmente é importante pra nós, quais são as nossas verdadeiras prioridades.
E no fim a gente descobre que quando duas pessoas muito diferentes se encontram, quer dizer impacto. Porque é isso que tempestades fazem. Geram impacto no tempo, no ambiente, e em pessoas. Mudam a gente, traz nossos medos e expectativas pra fora e nos despertam uma vontade louca de continuar vivendo... 

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