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sábado, 18 de maio de 2013
Persistente
Imagine seu coração batendo mais forte com a certeza de que Ele está mais próximo do que nunca, você não o vê ainda, mas tem a sensação de que Ele aparecerá a qualquer momento. Pois é exatamente isso o que acontece, Ele vem e a primeira coisa que você ouve não é uma mensagem a ser entregue a respeito de outros, mas de si próprio. Como profeta agora, não bastava apenas trazer uma profecia de Deus, mas SER a própria profecia Dele. Como se através do exemplo de vida de Oséias, Ele nos dissesse: Se una comigo e sejamos uma única mensagem, amor. É preciso ter muita coragem pra renunciar sonhos, orgulho, reputação, direitos e até mesmo expectativas para se Ser esse tipo de verdade, de amor incondicional.
Lendo o livro de Oséias fiquei chocada, tudo em mim balançou. O coração Dele estava a amostra. E eu não sabia ainda nem a metade Dele, de como Ele nos ama, precisava me aproximar mais de Oséias, “colar nele” para enxergá-Lo um pouco mais. Ele se apresenta como Marido (2:16) por meio do profeta, que ama e se casa com Gomer, uma prostituta que insiste em sempre retornar aos seus amantes. Mas talvez o mais impressionante e terrível não é o fato de que ela tenta dividir o seu coração entre tantas coisas e “ídolos”, mas o fato de que quando olhamos para Oséias, vemos um homem comprometido por inteiro e por isso a ama. Porque Ele, o próprio Deus continua amando.
Ele diz: “Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas.” Se é preciso Ele cria situações ou mesmo as permite para que não erremos nem nada possa nos machucar. É Ele quem também fala que irá nos atrair e nos levar para o deserto, para nos falar ao coração. (2:14) No entanto, insistimos negar ou a fugir de nossas dores, dos nossos desertos, das nossas privações. Embora, seja no deserto, em terra muito seca que somos conhecidos. (13:5)
Se Deus não desiste da idéia de amar, Oséias tampouco parece querer desistir. Ele é quem dava a Gomer as coisas que ela precisava e a enchia de mimos como um homem simplesmente apaixonado. Mas sua esposa não consegue enxergar de quem vinha tudo o que ela tinha, qual era a mão por trás de cada surpresa, de cada alegria. E é nisso que somos as vezes parecidos, em não notar que a generosidade e as benções que nos cercam vem Dele. E assim por não percebermos damos a outro, aquilo que só a Ele pertence. Ele teria todas as razões possíveis para não nos amar, mas sua resposta para Oséias sobre Gomer e sobre nós é: “ Naquele dia, diz o Senhor, ela me chamará: Meu Marido...” v.16
Fico pensando porque Deus se revelaria como marido, e ao mesmo tempo em que penso sobre isso, é tão nítido o que escuto agora...”Porque a amo e a aliança que quero ter com você é íntima e eterna.Porque quero andar contigo pelas ruas e que todos saibam que somos um.” Não sei você mas eu consigo não parar e não perguntar que amor é esse? Onde parece que a maior verdade que há é que não importa o que se faça para tentar aumentar ou diminuir seu amor por nós. Ele já nos ama e ponto.
Em outra parte do livro de Oséias, Ele ainda nos fala: “Curarei sua infidelidade, e eu de mim mesmo os amarei...” 14:4 Por isso o que vemos é um amor que não está condicionado aquilo que se pode encontrar em nós ou ao que possamos fazer. Ele nos ama porque isso é quem Ele é. Nos depararmos com essa verdade é um convite a nossa própria essência Nele. E a sobretudo a deixarmos de vez, de nos impressionarmos com os males que surgem, a desistirmos de nos impressionar com nossos medos, com as pessoas que nos decepcionam, com as situações inesperadas. Mas a nos permitirmos ficar perplexos diante de um amor que não falha e que nos caça não importando quanto tempo leve. Que tipo de amor é esse?
Um amor daqueles persistentes.
Traços
Algumas
vezes é preciso se deparar com uma pilha de papeis e sentar pra resolver o que
está pendente. Algumas vezes acumulamos coisas que precisam ou ser jogada fora
ou serem redirecionadas. Tarefas assim podem ser apenas exercícios mecânicos se
passamos por elas rapidamente. Mas gostei disso, porque encontrei ali uma
surpresa boa que alegrou minha tarde. Revisando as respostas de cada
questionário que não havia sido assinado o nome, percebi que havia entre eles
um que eu conhecia bem a letra. A princípio não conseguia identificar quem
poderia ter escrito, mas aqueles traços... Eram traços de alguém que estivera
bem perto de mim...
Li e reli
mais uma vez as respostas, e era então como se eu pudesse ouvi-lo e imaginar as
expressões do seu rosto ao pensar em cada uma daquelas palavras. Era você ali,
me fazendo sorrir frente a uma resposta que foi arquivada há tempos. Isso me
levou a pensar em Deus e a ouvi-lo também... É Ele faz isso, sabe como chamar
nossa atenção quando não conseguimos enxergar com muita clareza. Mas por fim
entendi.
Entendi não
porque estava sentindo algo diferente ou frente a algum acontecimento muito
extraordinário, entendi porque eu me dispus a reconhecer os Seus traços. Não
que possamos ver o quadro todo da nossa própria vida ao fazermos isso, mas
podemos perceber que há traços de alguém que nos ama por toda parte, mesmo
quando Ele parece tão longe. Há respostas Dele ditas há muito tempo que mostra
para onde Ele está olhando agora.
E é
engraçado como há tantos traços simples e invisíveis por toda a parte...
Como quando
lava os sapatos antes de entrar em casa, a maneira de escolher uma roupa
provando todas, o trocar de sandálias dentro do carro, o relatório detalhado de
cada acontecimento no fim do dia, os olhos que só sabe piscar aceleradamente
quando não se quer chorar, o jeito escandaloso de falar que está de volta, a
lembrança repetida do passado, a maneira como prefere comer em uma vasilha a um
prato, o jeito de dizer que sente saudades... E talvez essas coisas pra
qualquer um que ouça possa não fazer sentido, mas não pra quem anda junto. E na
maioria das vezes é preciso chegar mais perto pra se perceber que traços não
são apenas características de um retrato, são mensagens sem palavras.
Formando Tempestades
A primavera
já chegou, mas a impressão que tenho é que às vezes insisto em trazer de volta
o inverno, talvez porque ainda preciso aprender a lidar quando o tempo muda e o
frio vem. E aí que encontro suas mãos. Elas sempre estão mais quentes que as
minhas, me lembrando que caminho, mas não preciso caminhar só.
Eu poderia
descrevê-lo de olhos fechados, como detalhes de seu rosto, o modo como caminha,
a maneira como seu tom de voz muda quando reflete sobre algo, o hábito de
dobrar cuidadosamente os guardanapos enquanto come, o jeito que dança quando
cozinha e não tem ninguém aparentemente olhando. Sei que isso é aproximação.
Mas quando
penso na maneira como você me encontrou, cercada de dúvidas e receios, e ainda
assim insistindo em chegar perto, em sentar ao lado... Isso deve então ser
intimidade. (Quando alguém nos vê na nossa melhor e pior forma e ainda assim
permanece.)
O que me
leva a pensar no que certa vez ouvi: “Que intimidade é fruto de conflitos
resolvidos”. Acredito que é isso que está acontecendo agora, estamos ganhando a
nossa intimidade. Embora seja tão mais fácil enxergar e enumerar os conflitos,
estou relembrando O QUE e COMO formam as tempestades.
Minha
professora dizia que é o encontro de duas grandes massas de ar diferentes que
quando se chocam num ambiente carregado de partículas contrárias, se precipitam
na forma de vento, chuvas e às vezes trovões. E quanto maior é essas massas de
ar diferente, maior a tempestade. E quando olhamos para algumas pessoas podemos
perceber que é exatamente esse o mesmo quadro.
Parece que seu destino é trazer chuva, mudar as coisas de lugar e abalar
o nosso mundo.
Tempestades
assim nos fazem repensar o que realmente é importante pra nós, quais são as
nossas verdadeiras prioridades.
E no fim a
gente descobre que quando duas pessoas muito diferentes se encontram, quer
dizer impacto. Porque é isso que tempestades fazem. Geram impacto no tempo, no
ambiente, e em pessoas. Mudam a gente, traz nossos medos e expectativas pra
fora e nos despertam uma vontade louca de continuar vivendo...
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Caminhos Escondidos
“ Pelo mar foi o teu caminho; as tuas veredas , pelas grandes águas; e não se descobrem os seus vestígios.”- Salmos 77:19
Carta à um marujo
na praia.
Escrevo hoje para
você, caro marujo, para que não se deixe intimidar pelo mar e por suas ondas
bravas. Escrevo porque atravessei a seco. Porque umas mãos maiores do que as
minhas conteram as águas de uma forma que houve estrada para se passar.
Por isso não duvide
que há um caminho escondido, encoberto por todo esse mar. Pois há...Sepultura
para aqueles que mantem um coração endurecido e um caminho rumo a liberdade
para aqueles que não se agarram na sua própria força, mas se seguram Nele.
Escrevo para eu
mesmo, para que um dia não chegue a me considerar um marujo velho e experiente
demais para querer andar sozinho. Quero agora e quero sempre a fé de menino,
que sente frio na barriga ainda, mas confia que o Pai sabe o caminho.
O que tudo isso me
leva a pensar é que o fato de nos depararmos com um grande mar em nossa frente, em alguns momentos da nossa
vida, não quer dizer que algo de muito errado está acontecendo. Passar por ele
faz parte de quem somos e para que fomos chamados. Atravessá-lo resulta em
conhecermos de perto a quem realmente servimos. O que sabemos é que retroceder pode
até parecer ser o mais lógico, embora não mais aliviador. No entanto para
descobri-Lo, vale a pena manter uma fé viva.
Talvez, tudo o que precisamos agora seja crer
e persistir em crer. Em situações improváveis, fé sempre abriu caminhos.
Logo, não são com
as lutas e dificuldades em si que precisamos nos focar, mas sim, em descobrir
os caminhos escondidos Dele... Porque no fim são eles que nos levam a lugares
onde jamais nosso pequeno alcance poderia tocar.
domingo, 28 de abril de 2013
Conecte-se
Na atual era em que nos encontramos, a globalização não tem só
aproximado fronteiras e tornado os meios de comunicação mais eficázes nelas. Mas
também tem despejado de forma excessiva e super valorizado a informatização.
Traçando um novo perfil do cidadão: educado, preparado, e é claro sempre
atualizado.Onde aquele que detém a maior quantidade de informações sobre uma
variedade de assuntos é alguém apto para entrar na corrida por alguma bolsa de
estudo ou para marcar presença no mercado de trabalho.
O resultado disso é o comportamento de reforçar em nós mesmos um
perfil de cidadão diferente ao idealizado. De pessoas que ainda vivem a margem de
uma real qualidade de vida. O
interessante em pensar nisso, é perceber que é fato de que não existe
vida verdadeiramente saudável fora de um contexto de uma sociedade saudável e
que isso se torna possível com políticas públicas adequadas que seja fruto de
uma conquista popular.
A questão é que, em meio a tudo isso informação e conhecimento
tornaram-se sinônimos.
E Talvez, o nosso desafio como leitor, como indivíduo seja de não apenas
nos contentarmos com as informações
recebidas, mas antes em assumirmos diante delas o nosso papel. De conectarmos nossa
vocação não apenas com nossas necessidades, mas de forma muito intencional nos
conectarmos com o meio em que estamos inseridos. E é aqui que encontramos a
diferença entre informação e conhecimento, quando somos capazes de responder:
“O que faço com o que sei?”
Aí então, idéias saem do
papel. Transcedem as provas de inúmeros concursos públicos, saem do Google e
dos livros e ganham forma. Forma de realidade.
E se transformam em
conhecimento.
É nisso que somos chamados, não apenas para funcionarmos bem, mas para
estarmos conectados com o TODO. Um todo que enxerga o homem de maneira integral
e que contém, todo meio ambiente, todas as famílias, todas as áreas da
sociedade, todos os tipos de recursos, todas as nações, todas as etnias.
E embora, sejamos organizados em sociedades, não temos muito as
características de uma sociedade grupal, que valoriza o coletivo e tem de uma
forma mais clara o entendimento de que tanto pessoas como coisas se ligam.
Somos, no entanto, com a ajuda do nosso desenvolvimento acelerado, uma
sociedade que valoriza o indivíduo e suas decisões, atividades e conquistas
individuais para o próprio benefício.
Todavia, é importante esclarecermos que visualizar o todo não quer dizer
que, fazemos todas as coisas. Nós só não negligenciamos a nossa parte, como
participante de uma sociedade. E é exatamente essa parte que nos liga a todas
as coisas.
Porque podemos produzir bem em nossas tarefas, atender muitas pessoas
com nossos estudos, medicar aquelas que estão doentes, palestrar sobre novos
movimentos sociais, manter em equilíbrio
nossa situação financeira, mas não se trata do que estamos fazendo, mas o que
fazemos com o que somos. Conecte-se!
Sinta-se desafiado a aumentar a sua rede por um Brasil mais sustentável.
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